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Writer's pictureRuben De Brito Silva

E se eu te dissesse que encontrei a felicidade?




Meu Deus! Como seria maravilhoso um mundo onde todas as pessoas fossem felizes! Prazerosamente boa e indiscritível seria a vida nesse planeta! Onde a felicidade do outro retroalimentasse os sentimentos individuais de felicidade numa eterna espiral crescente, positiva e infinita, como um eterno ciclo virtuoso que nunca volta no mesmo lugar mas sim, sempre, um pouco acima. É quase impossível sequer imaginar isso  num mundo injusto, onde impera o egoísmo e a exploração do mais fraco pelo mais forte. Mas, e se nós nos permitíssemos esse sonho? Só por um exercício de imaginação que seja. Não seria maravilhoso? Meu medo é que você diga não.


Quem de sã consciência diria em alto e bom som: eu não quero ser feliz. Apesar de felicidade parecer ser um tema universal, e com tanto conhecimento acumulado na humanidade, com tanta tecnologia para divulgação desse conhecimento, como ainda hoje as pessoas não são felizes? A pandemia de ansiedade e depressão se alastram em ritmo alarmante. Milhões e milhões vivem numa miséria emocional e o índice de suicídio só aumenta. E porque alguém diria não a felicidade? Simples, porque estamos imersos numa cultura onde impera o superficialismo da questão. As pessoas querem ser felizes mas não sabem o que é de fato ser feliz, muito menos como buscar a felicidade.


Se à essa altura ainda duvida, por favor, olhe em volta. Retire a casca da hipocrisia nos sorrisos falsos presentes nos selfies e nas redes sociais. Observe por um pouco as escolhas feitas pelas pessoas, ou mais a fundo, os seus verdadeiros sonhos. Se pudéssemos de verdade enxergar isso o que pensa que veríamos? É apenas impressão minha ou em geral desejamos prazeres momentâneos, que tem pouco residual, que nos viciam, pois buscamos artificialmente uma satisfação prazerosa insaciável que precisa ser sucessivamente preenchida para prolongar seus efeitos? Além disso, boa parte da população parece gastar toda a vitalidade simplesmente desperdiçando quase toda sua energia em dramas circunstanciais infindáveis. Muitos dos que conseguem escapar e/ou superar tudo  isso “apostam suas fichas” em temas moralmente mais elevados tais como a família (cônjuge, filhos, etc), como esse sendo o maior propósito da sua existência. Frequentemente percebendo tardiamente que, ainda assim, mesmo sendo mais nobre a intenção, mais cedo ou mais tarde, uma angústia se faz presente, como quando ainda alguma coisa não esteja no seu devido lugar. Pra não citar o clichê dos que buscam poder e influência, que quase sem excessão, depois de alcançarem seus objetivos, buscam a todo momento o entorpecer da consciência pra, de alguma forma, anestesiar a dor causada pelo vazio existencial.


Todo mundo parece querer ser bem sucedido, mas o que isso significa de fato? Querendo conquistar o mundo, gigantescos impérios surgiram e sucumbiram. E se todo o planeta estivesse nas mãos de uma só pessoa, o próximo passo seriam outros planetas, o sistema solar, galáxias e  infinitamente a busca continuaria. E o que é ser bem sucedido? Ou melhor, em relação a que, ou, à quem esse sucesso é medido? Mais parece um prazer de estar melhor em relação ao outro do que uma busca individual. Como seria ser bem sucedido sem fazermos qualquer comparação com o outro? Quais são nossas  próprias necessidades? Somos bombardeados a todo momento com propagandas que nos induzem a pensar que as nossas necessidades são aquelas vendidas pelo sistema cultural em que estamos imersos. Em resumo, parece que ora estamos buscando prazeres inesgotáveis, ora investimos tempo e energia para sair de dramas circunstanciais. Ou queremos atingir objetivos e necessidades supérfluos que quando alcançados perdem o significado rapidamente, ou mesmo, quando mais nobre, o esforço ainda não parece ser plenamente suficiente para saciar a alma.


Não estaríamos fazendo a busca no lugar errado? Se buscamos achar algo onde a coisa não está, como a acharemos? E o que é de fato essa coisa chamada felicidade? Se não é o prazer, se não é a família, se não é a conquista do objetivo, o que é então? Para mim a felicidade não está fora, mas sim dentro. É algo individual, mas que depois pode ser compartilhada em grupo. Felicidade é uma paz infinita, é a sensação de estar no lugar certo e na hora certa. A percepção que TUDO faz sentido. É a sensação do saber. É não duvidar, não hesitar. É estar seguro e confiante. É AMAR.


A boa notícia é que a felicidade está ao alcance de TODOS. Não é privilégio de minorias. Não discrimina gênero algum. Não se limita à geografias ou aspectos culturais. Ela é acessível a qualquer um, em qualquer lugar. A felicidade é gratuita. O primeiro passo para encontrá-la é o entendimento de quem nós somos. O segundo é adaptarmos nosso comportamento para agirmos em coerência com esse ser descoberto. O terceiro é entender que as coisas são o que são e nada pode mudar isso. Entender que temos que nos colocar em nosso lugar no universo e ter a humildade de querer sempre aprender e estar receptivo. O quarto e último passo seria relaxar e não fazer mais nada, apenas fluir no êxtase de existir sem estar ansioso por coisa alguma. É usufruir da vida existindo plenamente. É expressar todo o nosso potencial. É AMAR.


E o que é o AMOR? Bom, isso deixo pros próximos textos ….

Também pretendo desenvolver com mais profundidade nos próximos textos um pouco de cada um destes quatro passos que citei acima.

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